MARCELA DE SOUZA PAIVA DE PAIVA ARAÚJO
(BRASIL – DISTRITO FEDERAL)
Nasceu em Brasília em 1975.
Formou-se em Ciências Biológicas na Universidade de Brasília em 1998 e casou-se com Marcelo, em 2004.
Seu primeiro emprego foi como Bioquímica, na Agência Nacional do Petróleo, depois exerceu o cargo de Analista Ambiental no Ministério do Meio Ambiente e hoje é Agente da Polícia Federal.
Escreve poesias desde os 13 anos de idade.
Faleceu em 01/06/2021
ARAUJO, Marcela de Souza Paiva de Paula Araújo. PAI & FILHA. Goiânia: Editora Kelps, 2007. 149 p. ISBN 85-7766-035-4 No. 10 096
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de 2024.
SEM MEDO DE SER
Permaneci, algum tempo, em um mundo que nada me exigia.
Eu estudava, brincava, apenas alegria conhecia.
Comecei, então, a questionar — muito queria entender...
Como é difícil crescer!
Confusa, sem nada saber.
Fui lançada na vida sem querer.
Duvidosos são os caminhos,
Complicadas as decisões,
Como é difícil amadurecer!
Diante das incertezas, ainda, estremeço.
Diante dos problemas, ainda, enfraqueço.
Desejando, tanto amar, ainda, enlouqueço.
Coragem é o que preciso,
Enfrentar é apenas o começo!
Encontrarei a minha essência, ainda não sabida,
Pela precocidade e medo, ainda escondida,
Nos mistérios da alma, ainda perdida.
Sem medo de viver,
Sem medo de ser!
DELÍRIOS
Na vida, desatino.
Respondo sem saber: inconsciente, alucinada, desvairada.
Mas parece ser tão real!
O que existe, na minha vida, de verdade?
Sonho? Sim... Não...Talvez, a crua realidade.
Choro.
O quê? Ataque de risos?
É a inconstância que toma conta de mim.
Tristeza que leva à loucura,
Delírio que abranda a amargura.
Ser indefeso, vulnerável — pirado!
Delírios; - Você é a razão de minha vida, minha rainha.
Realidade: - Sonhando, novamente, falando sozinha?
Solidão que me tortura,
Fraqueza que me desestrutura.
Na vida, deliro,
Maneira de sobreviver,
Desalento que tento e pretendo esquecer.
ESCONDERIJO
Quanto amor eu guardei sem saber,
Tentando esconder para não sofrer,
Mesmo assim, não pude evitar
A dor de querer muito amar.
Quanto mais escondia,
Mais sentia,
Mais sofria e mais crescia...
Tentei acreditar
Que seria possível suportar.
Viver simplesmente, sem expressar
O que da minha alma queria saltar.
E quanto mais escondia,
Mais sentia...
Mergulhada em minha teimosia,
A cada dia e mais, eu persistia
Em ocultar, encobrir,
O que me na clausura permanecia.
E quanto mais sofria,
Mais crescia...
Perdi, portanto, tanto do amor
Tentando escondê-lo,
Que sofro sem nem nunca sabê-lo!
Como, então, poder esquecê-lo
Se, nem ao menos, cheguei a conhece-lo?
SEU CHEIRO UM VÍCIO DESDE O INÍCIO
Seu cheiro,
Um vício desde o início.
Você que permanece.
Sensação lasciva que enlouquece...
Sinto seu cheiro vibrante,
Que me traz você a todo instante
Tão vivo, tão marcante!
Sinto seu cheiro latente,
Que me faz você sempre presente,
Me envolve, me alucina
Perturba, tanto fascina!
Sinto seu cheiro estonteante,
Que me deixa você sempre presente,
Me envolve, me alucina
Perturba, tanto fascina!
Sinto seu cheiro estonteante,
Que me deixa você arraigado.
Me atordoa, me entorpece
Que vicia, me embebe!
Seu cheiro,
Sentido que me devora.
Loucura que me deleita.
Prazer que desatina...
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Página publicada em outubro de 2024
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